
| 31.07.2007
Para que Israel possa respirar
por Klaus-Peter Lehmann
As teses, que merecem ser saudadas, do circulo de trabalho palatino formulam a tarefa teológica de “pôr positivamente na relação com fé cristã” a Terra e o Estado Israel (tese 11). Os autores consideram essa tarefa como suficientemente descrita no “testemunho comum para o Deus uno” (tese 17)? Até hoje, todas as tomadas de posição eclesiais à relação de Igreja e Judaísmo acabam ser o modelo duma cooperação fraternal sob horizonte de promissão histórico. Parte-se sempre de como se trate de duas comunidades religiosas que estão familiarmente uma ao lado da outra, as quais na história, apesar da sua ligação pelas raízes, tenham faltado em determinar o seu lado-a-lado positivamente, o que teria ser imputado exclusivamente à falta eclesial.
Trata-se realmente, no problema da relação de Igreja e Sinagoga, somente dum lado-a-lado de direitos iguais? A Igreja está acrescida, ao lado do povo da aliança de Deus, meramente como mais uma comunidade de testemunhas do Deus uno, agora de fiéis preponderantemente de proveniência pagã? É que Deus pôs simplesmente, por Jesus Cristo, a Ecclesia somente ao lado do povo da aliança? Pomos a questão eclesiológica pela coordenação mais exata do Corpo de Cristo ao povo da aliança eterno do Deus de Israel.
Supomos nisso naturalmente, para a relação cristã-judaica, os conhecimentos indispensáveis dos esforços por uma cristologia sem antijudaismo. A Igreja chegou a ter quinhão nas promissões de Israel. Missão a judeus exclui-se a partir disso. Trata-se da questão de se não seria possível e preciso falar completamente diferente do tradicional duma coordenação ou virada positiva fundada em Cristo a Israel. Isso precisaria ser fundado na obra messiânica de Jesus Cristo neotestamentariamente testemunhada, para a qual a Ecclesia, como discipulidade ou como Corpo de Cristo, é chamada para uma determinada tarefa referente a Israel. Claro que isso não pode ter orientação para missão, pois o messias esperado por Israel vem sempre como libertador (GOÊL) de Israel. Isso vale para o tempo da antiguidade tanto quanto para hoje.1
No Antigo Testamento, Deus mesmo é o libertador (GOÊL) de Israel: “Ajudo-te, fala do Senhor, e o teu libertador (GOÊLêK) é o Santo de Israel” (Is 41,14).
Na oração MUÇóF para o Shabat se reza: “… e um redentor (GOÊL) trazes às crianças das suas crianças por causa do Teu nome.” Israel pensava o seu libertador futuro sempre em analogia à liberação do Egito. Portanto, Nachmanides respondeu a uma pergunta proferida numa disputa convocada pelos dominicanos em 1263 em Barcelona sobre a questão, se o messias já veio, que o messias irá ter vindo, quando este, com outrora Moises, se pusesse diante o papa exigindo: Despede o meu povo (Ex 5,1).
Partirmos das mudanças históricas do tempo moderno, sugere-se que, em vista das promissões bíblicas de terra e face à fundação do Estado de Israel falar de uma indicação pelo dedo de Deus (tese 11). Para as Igrejas cristãs essas mudanças significam primeiro o seguinte: Não somente dentro da Igreja há salvação, respectivamente salvamento. Mas as promissões bíblicas do salvamento de Israel e do seu habitar na terra prometida se impõem também sem a Igreja.2
A fundação do Estado de Israel pode ser considerada como refutação pela história de salvação da doutrina válida desde Agostinho de todas as Igrejas: Extra ecclesia nulla salus [Fora da igreja salvação nenhuma].
A fundação do Estado de Israel, processou-se sem participação eclesial. Praticamente, o movimento sionista era um êxodo de partes do povo judaico para fora do anti-semitismo do ocidente cristão.3
Para Theodor Herzl, a imigração dos judeus na Palestina era o êxodo deles do anti-semitismo cristão.É que tarefa da Igreja de Jesus Cristo da comunidade dos discípulos messiânica tem algo a ver com isso?
As promissões bíblicas, certamente, não são cumpridas para Israel perfeitamente com a fundação do Estado de Israel. As visões messiânicas ligadas com a volta de Israel da paz eterna entre os povos agora se iniciando ficam por vir, igualmente a vida de Israel sem medo. Pois sempre se trata, no Antigo Testamento, dum anúncio de habitação calma, sem ser ameaçada por inimigos do povo Israel na sua terra.4
Veja Dt 12,10; 2Sm 7,11; Jr 30,10; 46,27; Ez 34,28; Mq 4,10.
De tudo isso na se pode falar em vista das fundações de estado na história de Israel. Também o Novo Testamento fala da liberação de Israel da mão dos seus inimigos. Assim existe, como as teses anotam com razão, “um excesso dessa promissão perante o acontecer historicamente de imigração e fundação de estado” (tese 14).
Deixa-se determinar por uma diferença em ter um habitar
politicamente arriscado de Israel na Terra e a salvação
dos nossos inimigos (Lc 1,71), de um habitar não ameaçado
por inimigos. Para Lucas, a obra do messias jaz em que, pelo desempenho
do juramento, que o Deus jurou a Abraão, então pela
preparação da paz dos povos universal (Gênesis
21,3), liberar Israel, para que, salvados da mão dos nossos
inimigos, sem medo Lhe sirvamos em santidade e justiça diante
dEle todos os nossos dias (Lc 1,72-75). A obra do messias Jesus jaz no
cuidar do habitar seguro de Israel. Isso ele faz com o seu
próprio corpo. Pois o Corpo de Cristo é a imagem da
pessoa humana nova , do mundo dos povos reconciliado (Cl 3,9-11).
O seu crescimento internacional, os seus discípulos aumentando
entre todos os povos encaminha uma mentalidade internacional de paz
para, sem inimizade, construir e re-erigir a cabana de Davi (At 15,16;
Am 9,11).
Marquardt interpreta a tarefa de missão da Igreja na
direção de que: “Preparam com essa obra da sua
missão aos povos um mundo, em que também Israel pode
respirar.”5
O ganhar de povo de Deus pagão (At 1,14), que como Corpo de
Cristo faz surgir o mundo reconciliado dos povos, então a Igreja
de Jesus Cristo, é momento na reconstrução de
Sião sem perigo profeticamente anunciada.
Assim se mudam, nessas teses da comunidade de trabalho, por meu ver,
cedo demais problemas de justiça na Terra de Israel para dentro
da visão (tese 14). Podem eles bíblica, real e
corretamente ser discutidos sem que a Igreja se perguntar como ela,
como Corpo do messias Jesus, que Israel livra dos seus inimigos,
cuidará para que Israel possa respirar livremente no mundo dos
povos?
Muitas questões no Próximo Oriente se mudarão por
si mesmas, quando Israel for liberado da garra de estrangular dos seus
inimigos, quando anti-semitismo nenhum não mais estorvar
à vida sem medo dos judeus em Israel.
É tarefa da Igreja com os seus meios, isso é o
anúncio do Reino de Deus para todas as pessoas humanas, de
cuidar que Israel possa habitar seguramente e judeus no mundo
não sejam ameaçados. Assim pregação do
Reino de Deus e o empenho contra anti-semitismo e nacionalismo
pertencem inseparavelmente um a outro.
Uma eclesiologia sem antijudaísmo parte da obra messiânica de Jesus Cristo, com a testemunha o Novo Testamento. Almeja à liberação de Israel dos seus inimigos promovendo, pela preparação da reconciliação dos povos universal, a construção da cabana de Davi. Assim a tarefa da Igreja de Jesus Cristo se refere imediatamente à existência do Estado de Israel e da vida sem medo do povo judaico. Visto daqui, o desempenho ecumênico contra anti-semitismo e nacionalismo chegam a ser pilares duma eclesiologia israelógica cristologicamente baseada. Outras interpretações sobre questões de justiça na Terra de Israel vêm, na ordem teológica, somente depois.
O lado-a-lado de Igreja e Judaísmo parece agora mudado.
Israel vive como testemunha do seu Deus justo no meio dos povos. O
testemunho livre de Israel e a sua existência eram na
história sempre ameaçados por inimigos. Estão
sendo-o até hoje. O testemunho da Igreja de Jesus Cristo se
refere a essa situação. Assim, a Igreja de Jesus Cristo
vive como testemunha do Deus de Israel enquanto responde, como
comunidade sob a promissão de paz de Abraão para Israel e
para a sua liberdade dos inimigos.
Resumo essa relação de Igreja e Judaísmo como
se apresenta sob ângulo eclesiológico. Junto com as
promissões de Deus no Antigo Testamento, que ao seu povo de
aliança eterno Israel promete liberação dos seus
inimigos, habitação segura na Terra e
reconciliação dos povos duradoura, bem como, pela
reassunção em palavras messiânicas do Novo
Testamento, a Igreja se entende, como Corpo do seu Senhor no qual os
povos convivem reconciliados, remetida solidariamente ao lado do povo
judaico. Pois ela percebe das promissões messiânicas a sua
tarefa apostólica promover a reconciliação dos
povos, sob a bênção de Abraão, no Corpo de
Cristo.
O sentido do apostolado aos povos, respectivamente do Corpo de Cristo,
consiste em possibilitar condições de existência
para Israel, assim que o povo de Deus possa orar e respirar na sua
Terra sem medo. Com isso, a existência profética de Israel
na esperança a esperança de reconciliação
dos povos estaria justificada nele mesmo – pela Igreja do messias
Jesus.
Anotações 1 a 5 :no fim do texto em alemão.
Texto alemão
