
| 31.07.2007
A nova estátua de Edith Stein junto à Catedral de São Pedro
Em 11 de outubro de 2006, depois da audiência geral na Praça de São Pedro em Roma, o papa Benedito XVI inaugurou uma estátua de Edith Stein, a qual, como judia, nasceu em Breslau (agora Wroclaw, Polônia) em 1891 e foi assassinada em 9 de agosto de 1942 no campo de concentração de Auschwitz. A estátua enche um dos nichos exteriores ainda livres na faxada oeste da catedral de São Pedro. Edith Stein, promovida “summa cum laude” no filósofo Edmund Husserl, converteu à Cristandade e recebeu em 1 de janeiro de 1922 o batismo. Em outubro de 1933 entrou como carmelita no mosteiro de Colônia, recebendo o nome Teresia Benedicta a Cruce (“a bendita pela cruz”); esse nome também está no pedestal da estátua. Esta estátua batida de mármore Carrara se deve à iniciativa do arcebispo de Colônia, Joachim Cardeal Meisner, nascido em Breslau como Edith Stein.
A integridade pessoal de Edith Stein e o direito dela à
conversão à Cristandade são incontestados, a sua
canonização com Beata (1987) e Santa (1998), porem
é um sinal altamente equívoca – e inteiramente
precária para o relacionamento entre judeus e cristãos.
É que Edith Stein não foi assassinada em Auschwitz porque
era cristã. Foi gaseada porque era judia, não por causa
da sua fé, “não por motivo da sua fé, mas apesar
do seu batismo” (cf. Elias H. Füllenbach, Die Heiligsprechung
Edith Steins, …). Por uma tomada em cobrança de Edith Stein
como mártir cristã foi sempre repetidamente advertido em
consideração da sua canonização como Beata
e Santa. A nova estátua não fornece
contribuição de diminuir essa irritação ou
ainda a reduzi-la – ao contrário.
Quando a estátua foi inaugurada, o susto e a
incompreensão estão grandes – não só entre
os presentes judeus, já que se vê Edith Stein como ela,
com ambas as mãos segura um rolo da Toráh e – por
trás desta – uma cruz. A cruz, à qual, como mais um
símbolo cristão, está sendo acrescida a coroa de
espinhos, domina o rolo da Toráh, na qual, em letras hebraicas, “Shema
Yisrael”. Com essa combinação de Toráh e Cruz
resulta uma – como o rabino Homolka critica com razão – “mistura
insuportável” de simbólica judaica e cristã, e a
repreensão de tomar em cobrança cristão da
Shoáh se supõe.
Como a Santa deve estar “para ambos” como o artista enfatiza expressamente: para Judaísmo e Cristandade, simboliza em rolo da Toráh e Cruz, enquanto ela, pela sua conversão à Cristandade, abandonou conscientemente a fé judaica! Ao observador judaico, Edith Stein se mostra como figura de tomada em cobrança cristã do Judaísmo.
A mística de cruz e a espiritualidade de
expiação da carmelita Edith Stein requerem, perante do
testemunho da sua vida o maior respeito, são e ficam
compreensíveis somente intra-cristamente. A morte em
milhões na Toráh não chega a ter sentido por isso.
A questão teológica de onde Deus estava perante de
Auschwitz e a pergunta, para cristãos, ainda mais urgente de
onde então estes estavam, está sendo inocentizada e
sedada pela estátua.
Combinando-se a Cruz com o rolo da Toráh – e então ainda
assim que a Cruz excede em tamanho a Toráh – lembra isso
fatalmente da pose de vencedora conhecida da teologia, arte e praxe
cristãs da Ecclesia sobre a Sinagoga e do
antijudaismo cultivado na Igreja durante séculos, sem o qual “a
ideologia nacional-socialista não teria podido encontrado
existência e não poderia ter sido realizado” (DABRU EMET, tese 5).
Além disso, é para perguntar quem aconselhou o artista tão mal na escolha da simbólica?
Edith Stein não teria aprovado essa mal-interpretação da sua vida e obra, já que em abril de 1933 alertou o papa Pio XI numa carta ao “ódio aos judeus” e à “luta de destruição” contra os judeus na Alemanha (…). Tem o papa, têm os cristãos ter prestado atenção a vozes dela e de outras admoestadoras? Em vão, Edith Stein exigia uma encíclica papal contra o ódio aos judeus. A estátua não faz justiça a Edith Stein. Na sua simbólica falhadora levanta involuntariamente a pergunta: Como era possível que tantos cristãos, para os quais a cruz é o sinal da fé, se têm calado e apoiaram a destruição dos judeus? O que a Igreja oficial fez para impedir a destruição dos judeus pelos nacional-socialistas? A interpretação expressa na estátua da pessoa e história da vida de Edith Stein está teologicamente altamente equívoca e motivo para crítica. A ofensa que foi causada aos hóspedes judaicos por esse protocolo dessa cerimônia no Vaticano, só pode ser lamentada. A esperança fica que disso não surja um distúrbio duradouro do diálogo entre judeus e católicos.
Texto alemão
